2005/09/28

O recinto dos Bombeiros

O recinto dos Bombeiros, encontra-se extraordinariamente valorizado com o novo arranjo que sofreu.

Excelentemente aproveitado e embelezado, garridamente vistoso, bem iluminado, beneficiou de uma transformação completa que o tornam por todos os motivos o local ideal destas noites de Verão.

Deve-se a António Á, aos seus recursos de bom gosto e desembaraçada actuação, este feliz resultado.

No “Noticias de Ourém” a 10/08/1950.

2005/09/25

Faz agora cem anos

Foi assim:

Encarrapitada no coruto de elevado monte, à sombra dos castelos, Ourém, a filha da visigoda Abdegas, senhora de forais e pergaminhos, terra de fidalgos e de padres, era a cabeça dum rico, vasto, nobre e antiquíssimo concelho.

Cá em baixo, mesmo aos seus pés, virada ao norte, rastejava a Aldeia da Cruz – duas fileiras de casas muito brancas ao longo duma estrada, entre pinheirais e campos ubérrimos de cultura agrícola.

Aldeia da Cruz, ao lado de Ourém, não era nada – nem como povo, nem como prestígio, nem como importância histórica. Mas enquanto a vida, lá em cima, era espinhosa, porque os meios de subsistência tinham de vir de fora e os caminhos eram longos e difíceis, cá em baixo, não. Vivia-se melhor. Havia água. Os terrenos eram óptimos para o amanho. A situação excelente. As vias de comunicação abundantes e fáceis.

Não admira, portanto, que os homens, pouco a pouco, viessem estabelecer-se, de preferência, na modesta aldeia ribeirinha, à medida que os já pouco apertados laços que os prendiam à vila se iam quebrando. No princípio do século XIX já nem os magistrados viviam lá. E tão grande se foi tornando o desnível de possibilidades entre uma e outra povoação, que muitos dos próprios membros da Colegiada, paladinos sempre entusiastas dos altos privilégios de Ourém, principiaram a vir também, com os funcionários, residir no vale.

Num documento de 1825 se chama a Aldeia da Cruz “terra muito bem situada, onde há muitos anos residem as autoridades civis”; e se frisa que “o local da terra, continuado e bem estabelecido o negócio, chama novos habitantes, que não só reedificam casas arruinadas, mas fazem novas.”

Quanto à vila, essa, cada vez mais abandonada, “por não poder prestar comodidades alguma aos seus habitantes, e menos aliciar os de fora”, estava condenada a desaparecer: “Ela, por si, sem indústria humana ou caso fortuito, há-de necessariamente findar, e já há muito teria acontecido se os membros da Colegiada não fossem obrigados a rigoroso coro.”

A vida ia passando toda cá para baixo. Aqui moravam autoridades, professores e demais empregados. Aqui ficava, às vezes, a mesma tropa, que devia, por itinerário, aquartelar-se na vila. Aqui se realizavam as melhores festas religiosas da comarca. Aqui se resolviam já os negócios públicos da vida concelhia.

Aldeia da Cruz era, de facto, a cabeça do concelho. Já não merecia, por isso, que lhe chamassem aldeia. Dizia-o e sentia-o toda a gente. E veio a reconhecê-lo, oficialmente, a rainha D. Maria II, elevando-a à categoria de vila, com o nome de Vila Nova de Ourém, que ainda usa.

Foi em 25 de Setembro de 1841. Faz agora, precisamente, cem anos.

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Há que fixar a data. O dia 25 de Setembro, que aí vem, não é um dia vulgar, morto, sem alma, como os outros. Para nós é mais. E vergonha seria deixá-lo passar despercebido, sem um olhar ao menos lançado atrás, aos fastos e grandezas desta terra, ou um acto de recolhida gratidão para todos aqueles que, tempos fora, nossos avós, ergueram as casas onde moramos hoje.

Vergonha seria, digo, que não tivéssemos, nesse dia, onde quer que nos encontremos, um pensamento diferente das preocupações habituais – unidos todos, por alguns instantes, na recordação das mesmas glórias. Bem tristes conclusões se poderiam tirar daí – porque, na verdade, as festas de família só não as lembra quem de todo perdeu a consciência do que deve aos seus ou de todo se deixou escravizar pelo quotidiano.

Faz cem anos que Vila Nova de Ourém existe. Depois de tantos centenários, depois dos próprios centenários da Pátria, que passaram pelas almas em febre e exaltação, e foram para todos lição magnífica de civismo, já não podemos ficar alheios ao nosso. Temos de o lembrar.

Neste propósito, alinhavo, posto que a correr, estas palavras. Não venho pedir festas. Não quero exposições. Não penso em luxos. Nem a falta de tempo, nem a hora de guerra que vivemos, permitem o brilho de grandes manifestações externas.

É outra a minha ideia.

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Já uma vez, quando se falava entre nós na reforma toponímica da Vila, que depois se realizou de facto, embora em grande parte com infelicidade, chamei a atenção dos ourienses para uma enorme dívida que temos a saldar. Há por aí ruas com nomes deslocados em abundância. Nomes que não nos dizem nada. Pessoas a quem a vida do concelho não ficou a dever absolutamente nada. Ora à Rainha D. Maria II, devemos nós a criação da Vila. Não é justo, portanto, que lhe consagremos uma praça, ou rua, ou avenida, ou largo, – nós, que temos sido tão prontos em homenagear aqueles até que nem souberam talvez que Ourém vinha no mapa?

Na reforma toponímica do ano passado, não se quis cuidar a sério desta homenagem. Por isso volto à ideia. É agora ocasião de repararmos essa imperdoável falta.

Não devemos, no entanto, ficar aqui. Além desta homenagem, bem poderia a Câmara determinar que o dia 25 de Setembro se tornasse o dia do feriado municipal. Até aqui, tem sido o 1.º de Maio. Mas porquê? Que representa esse dia para nós? Ainda neste ponto, o vício continua a ser o mesmo. Para a nossa qualidade de ourienses, tanto como o nome de muitas ruas, semelhante feriado é inteiramente vazio de sentido. Nem sequer é data nacional. Importaram-na os políticos não sei donde e é memória abominável duma qualquer revolução operária, das muitas com que as internacionais mancharam de sangue os povos. Abandonemo-la, pois! Com ser um acto de justiça e coerência, é, simultaneamente, um acto de higiene.

Em substituição, aí teríamos o dia 25 de Setembro. É uma data nossa Fundamental na história do concelho. E seria, de resto, o melhor, mais seguro, mais bem recebido modo de perpetuar, em espírito de regozijo e de festa, uma comemoração, como esta, que se impõe. O dia 25 de Setembro nunca mais nos passaria despercebido, com certeza.

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Mudando assim o feriado municipal de Maio para Setembro e dando o nome da Rainha a uma das ruas, praças ou avenidas da sede do concelho, já se faria muito, mas não tudo.

É preciso, antes de mais, que se promova oficialmente uma sessão solene, no próprio dia 25 ou, se já não houver tempo, como creio, noutro qualquer.

A sessão solene é o mínimo do brilho externo indispensável. Sem ela, tudo pareceria morto, ou pelo menos, sem entusiasmo. E importa que assim não seja. Que tomemos este centenário não como coisa que vai e vem, sem nos afectar, mas como coisa presente e viva.

Falaríamos aí da terra em que nascemos, dos factos e dos homens que a tornaram grande. Falaríamos dos nossos problemas de hoje, das nossas preocupações actuais, das nossas possibilidades. E, sobretudo, aproveitaríamos a ocasião para focar toda a importância económica e moral do ruralismo, da vida caseira e laboriosa dos nossos pais, presos à terra uma vida inteira.

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Eis como poderíamos comemorar o centenário de Vila Nova de Ourém.

São ideias simples que trago, fáceis de pôr em prática. Não sobrecarregam as finanças concelhias, nem implicam dificuldades de maior. É só questão de boa vontade.

E boa vontade espero eu da Câmara Municipal – para quem apelo, na certeza de que não é debalde.

António Rodrigues

No “Noticias de Ourém” a 14/09/1941.

2005/09/22

Carta dirigida a um HOMEM

Meu caro Toná:

Embora quase da tua idade, pois brincámos juntos na nossa saudosa e distante meninice, não tive a ventura de ter acompanhado de perto a evolução da tua mentalidade e o desabrochar da tua fecunda e nata habilidade.

Nasceste pobre de bens materiais, mas, em compensação, Deus deu-te a enorme riqueza do teu carácter íntegro e impoluto.

Bem novo ficaste sem pai, ficando, por assim dizer, entregue somente – a ti próprio e ao negregado destino que bem cedo te marcou com o ferrete da desgraça!

Bem sei que ficaste com a tua saudosa e boa mãe mas, coitada, ela não podia sozinha, cuidar de ti e da numerosa prole que teu saudoso pai havia construído.

Outro que não fosses tu, teria soçobrado ao peso de tamanha desventura!

Sem recursos materiais, sem bagagem de instrução, pobre Toná, encontraste-te neste Mundo mais pobre que Pedro Cem!

De repente, ergueste-te como um colosso e caminhas para a luta de fronte erguida e peito descoberto!

O que foi esta luta de gigante só tu o saberás dizer.

Lentamente, vais avançando sempre – como mais tarde avançavas nos campos de futebol -dando generosamente, nessa luta, o teu próprio sangue!

Sem nunca atropelares ninguém, foste avançando sempre – como avançavas heroicamente quando a sirene tocava e havia vidas em perigo! Avançavas na vida como só sabem avançar abnegados Bombeiros em luta com as chamas!

Durante longos e pesados anos, vivemos longe um do outro; tu aqui na nossa amada terra, gozando as belezas incomparáveis do torrão onde nascemos; eu, pobre de mim, lá no sul, lixado nessa lendária cidade de "mármore o granito", sofrendo os revezes da vida, suportando estoicamente um ambiente morno e conspurcado.

Tu, Toná, vivendo uma vida sã, num ambiente fresco e sadio, respirando o ar puro, exalado dos imensos pinheirais que circundam a nossa terra; eu, vivendo uma vida impura, respirando, amargamente, o ar viciado dessa enorme babilónia onde as almas se corrompem e os corações se destroem!

Tu, amigo, sempre no convívio dos teus amigos conterrâneos que hoje te honram com uma homenagem que bem mereces. Eu, lá longe, muito distante de ti e dos meus companheiros de infância, arrastando a minha cruz que, com grande sacrifício vou subindo o Gólgota da vida! Tu, Toná, criando sempre reservas de energias e vigor num ambiente sem mácula; eu, perdendo pouco a pouco as minhas forças no ambiente de miséria o podridão. Tu, vivendo uma vida feliz junto doe teus familiares e amigos, lutando embora para mereceres o amargo pão dos pobres, mas sempre compensado como reconhecimento de quem muito te quer e admira. Eu, lutando também para merecer o pão que já me não deve faltar, mas sem ter à minha volta as dedicações que tu, merecidamente, soubeste granjear. E sabes porquê?

É que a vida nas grandes cidades é bem diferente da das terras pequeninas.

Aqui todos se conhecem una aos outros; todos se ajudam mutuamente; lá em baixo, na grande cidade das luzes apagadas… somos eternos desconhecidos uns dos outros e nunca nos ajudamos mutuamente.

Aqui, se temos fome, aparece sempre quem a suavize; lá na cidade se a fome nos ataca, logo desaparecem os que sempre nos apareciam.

Tu, Toná, que ainda jogas o futebol, o basquete e não sei que mais; tu que ainda és bombeiro e dos melhores; tu que fazes ainda trinta por uma linha, parecendo que os anos passam por ti sem deixar mancha, conservas uma eterna juventude; eu pobre de mim, que há muitos anos não dou pontapés na bola – embora os dê no gramática como agora estou dando – há muito dificilmente me arrasto, sofrendo de tudo e mais alguma coisa, tornei-me um velho em plena primavera da vida!

E qual o segredo da tua eterna juventude? O bom ambiente em que sempre tens vivido!

E qual o segredo do meu prematuro envelhecimento? O mau ambiente em que sempre tenho vegetado!

Esta merecida homenagem que os teus amigos te dedicam é o reconhecimento da vida honesta, laboriosa e cristã que desde muito novo abraçaste e nunca mais abandonaste.

Todos aqui na nossa terra te estimam e apreciam as tuas reais virtudes.

Posso até afirmar, sem receio de desmentido, que nunca tiveste um, inimigo sequer!

Lá longe, onde eu tenho a minha vida de trabalho, chegam-me a todo o momento, os ecos de todo o bem que praticas a favor dos que ainda são mais pobres do que tu! E é por isso que eu aqui estou para te render as minhas homenagens sinceras de bom e convicto cristão; eu, que, como sabes, nunca ou quase nunca, apareço a festas que pretendem mascará-las com a Verdade, mas que são no fundo uma flagrante mentira!

A tua festa é sincera e pura e chegou, alegremente, junto de todos, até mesmo dos deserdados da sorte e da fortuna, dos que sempre tens protegido e acarinhado!

Aqui estou na companhia de minha mulher – e não está presente meu filho porque – está longe na sua vida do mar, lutando como tu e como eu – para te testemunharmos a nossa grande admiração por – ti e pela obra grandiosa e bela que criaste na nossa querida terra!

A nossa terra e também a dos nossos saudosos pais que se – fossem vivos ainda se sentiriam felizes e orgulhosos! Orgulhosos de ti, Toná, por verem tantas dedicações e amizades à tua volta! Orgulhosos de mim por verem como exprimo os meus sentimentos por ti e também e também porque voltou de novo para a posse “dos Ovelheiros” os pedaços de terra negra, mas ubérrima, que eles tanta vez regaram com o suor dos seus rostos!

Enquanto houver sobre a face da terra, corações bem formados corno o teu, Toná, o Mundo, embora envolvido nas mais tremendas paixões de egoísmo louco, há sempre cantar hinos de amor e carinho.

Praza à Providencia, Toná, que a tua preciosa saúde se mantenha durante largos anos na terra abençoada e querida que todos nós amamos!

E que no teu pobre, mas feliz lar, nunca faltem os teus braços abençoados, para que teus filhos nunca sintam o amargor que tu sentiste!

Vila Nova de Ourém está em festa; toda ela se move, se agita e se agiganta, reconhecida e agradecida por quantos concorreram para dar beleza – movimento a esta bem merecida homenagem na pessoa de um seu filho, que tanto a tem honrado!

E eu que sempre tenho terçado armas em defesa dos simples, meus irmãos gémeos no nascimento e no sofrimento, aqui estou mais uma vez terçando armas pelo Toná!

Aqui me tens de novo ao pé de ti, meu Toná da minha infância, não só para recordarmos tempos que não voltam mais, mas, também, para erguermos bem alto o nome da nossa amada terra que tão pouco cuidada tem sido!

Aqui estou de novo – pobre caminheiro a carpir saudades – na terra onde nascemos e donde, talvez, nunca deveria ter saído, porque os bens materiais com que enriqueci o meu mais que modesto património, ficam muito aquém daqueles com que tu, Toná, enriqueceste a tua saúde e a tua eterna juventude.

Aparece lá por cima, pelo Vale, onde tantas vezes brincámos em criança! Aparece por lá com os teus conselhos e as tuas magníficas lições de civismo e amor à nossa terra e eu te prometo, não igualar-te, porque isso não séria possível, mas, pelo menos, procurar imitar-te e procurar aprender contigo tantas coisas que eu não sei e que tu sabes de cor e salteado, não no campo do desporto; na sagrada e heróica missão de bombeiro, ou na sublime arte da música, qualidades estas para as quais nunca tive vocação nem saúde mas no campo social e humano colocando acima de tudo o teu enorme carinho pelas crianças e o teu grande amor pelos infelizes que sofrem!

Neste aspecto, sim, poderei aprender contigo e procurarei imitar-te!

Quero acabar esta carta, servindo-me das palavras do nosso, conterrâneo Flores de Andrade: “ é o ouriense que eu escolheria para erguer uma estátua na principal praça de Ourém, que personificasse o indivíduo que deu à terra onde nasceu o melhor de si próprio, o seu extraordinário espírito criador, da sua invulgar capacidade de trabalho, da sua eterna juventude, militando sempre como um verdadeiro Soldado Desconhecido, escondendo-se humildemente num anonimato dignificante".

Um grande e forte abraço do teu sempre amigo e companheiro de infância.

Alberto António dos Santos

No “Noticias de Ourém” a 29/07/1962 e 05/08/1962.

Livro de Homenagem

Livro de Homenagem - Vida Desportiva

Livro de Homenagem - Vida Associativa

Livro de Homenagem - Vida Artistica

2005/09/20

A homenagem a António Afonso

Decorreu com brilho apropriado e cunho e sinceridade a festa que, no domingo passado, carinhosamente envolveu o António Afonso.

O programa cumpriu-se com felicidade, desde as exibições desportivas em que “velhas guardas” se houveram sem perda de honra para as suas tradições, até aos novos que deram com êxito e galhardia as suas provas.

A festa, iniciada no campo de patinagem do Atlético, abriu-a com palavras de saudação o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Acácio de Paiva, a que se seguiu no uso da palavra o Sr. Vice-Presidente da Federação de Atletismo, Dr. Sérgio Ribeiro, que fez o elogio do homenageado.

Este recebeu depois, além destas, outras provas de consideração e de admiração pelo seu esforço e dedicação ao desporto e às actividades recreativas e culturais, que se concretizaram na entrega de lindos ramos de flores e de numerosas lembranças. Entre elas sobressaía uma excelente fotografia, em tamanho natural (o António Á mede 1,90m.), emoldurada artisticamente, oferta da Banda desta Vila, de que o homenageado tem sido incansável e dedicado elemento.

A assistência, bastante numerosa premiou com muitas palmas os diversos actos que constituíram esta manifestação.

À noite, no Restaurante Avenida, com uma assistência que ultrapassou todas as previsões, reuniram-se os amigos do António Pereira Afonso, que lhe testemunharam mais uma vez a sua muita estima e admiração, tendo usado da palavra, além do Sr. Dr. Acácio de Paiva, que presidia, os srs. Dr. Amândio Rodrigues, Rev.º Pároco Henrique Fernandes, Dr., José Maria Perdigão, Alberto Santos (sócio n.º1 da Casa de Ourém), Joaquim Ribeiro e Acácio Souto, agradecendo por fim o homenageado, visivelmente comovido.

No “Noticias de Ourém” a 08/07/1962.

2005/09/16

BASQUETEBOL
Em Vila Nova de Ourém foi homenageado um veterano da modalidade

Um grupo de amigos de António Pereira Afonso, um desportista que, apesar dos seus 54 anos, ainda é um devotado praticante da modalidade em representação do Atlético Clube Ouriense, promoveu-lhe no passado domingo uma festa de homenagem.

No festival, em homenagem a Pereira Afonso que recebeu várias recordações, defrontaram-se, em primeiro lugar, dois grupos da “velha guarda” de Vila Nova de Ourém o de Leiria, tendo o triunfo pertencido aos leirienses por 38-10 e estando as equipas assim formadas:

LEIRIA – José Rocha, José Varela, José Paiva, Horácio Filipe, Fernando Ramalho e Reis Pinto.
V. N. OURÉM –
António Afonso, Vítor Espada, Mariano Espada, Baeta, Joaquim Tuba e José Alho.

Por último o Atenense de Leiria venceu o Atlético Ouriense por 22-18, em primeiras categorias.

No “Record” 07/1962.

Toná foi homenageado em Vila Nova de Ourém

Basquetebol
“TONÁ” foi homenageado em Vila Nova de Ourém tendo-lhe sido oferecida uma foto do seu tamanho (1,94m.)

António Pereira Afonso, mais conhecido por “Toná” é um basquetebolista do Atlético Clube Ouriense que, aos 54 anos de idade pratica ainda a modalidade, num admirável exemplo de dedicação ao desporto.

“Toná” foi, no domingo passado, alvo de uma expressiva homenagem, à qual se associaram, não só o clube a que ele pertence, como também a população de Vila Nova de Ourém e o próprio Município, de que “Toná” é competente funcionário.

“Toná”, mesmo para além da sua figura de desportista é um homem querido em Vila Nova de Ourém e a gente da terra, a fim de lhe testemunhar a sua admiração compareceu em peso no campo de jogos do Atlético Clube Ouriense, onde se efectuou uma parte da festa.

Estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Ourém, Sr. Acácio Paiva e outras pessoas de relevo no meio. Representando os dirigentes da Associação Basquetebol de Lisboa e a Federação Portuguesa de Basquetebol deslocou se a Vila Nova de Ourém o Sr. Fortunato Rocha, vice-presidente da A. B. L..

Usou da palavra em primeiro lugar o Dr. Acácio Paiva que fez referências, elogiosas ao homenageado. Falou depois o Dr. Sérgio Ribeiro vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, que fez o elogio do atleta homenageado, seu conterrâneo.

Por ultimo o Sr. Fortunato Rocha falou em nome dos dirigentes da A. B. L. e da F. P. B. e leu publicamente o louvor concedido pela Federação ao atleta “Toná”.

Efectuaram-se, a seguir, dois encontros de basquetebol, respectivamente entre a “velha-guarda” de Leiria e a “velha-guarda” de Ourém e o Ateneu de Leiria e Ouriense. No primeiro saiu vencedora a “velha-guarda” de Leiria, por 38-10, e no segundo, venceu o Ateneu, por 22-18.

No final dos encontras foram entregues várias lembranças ao homenageado, destacando-se, sobretudo, a oferta da gente de Ourém: uma fotografia emoldurada, com 1,94 m (altura de “Toná”), com as assinaturas dos seus admiradores de Vila Nova de Ourém.

À noite realizou-se um jantar, a que presidiu o Dr. Acácio Paiva, e que reuniu mais de duzentos convidados.

No “Mundo Desportivo” em Julho de 1962.


Fotografias de Toná - IV

Um incêndio

Os Bombeiros de Ourém estiveram mais uma vez à altura das suas tradições

Pelas 20 horas do passado domingo, declarou-se nesta Vila, com grande violência, um incêndio na fábrica de serração de madeiras do importante industrial, Sr. António Vieira Verdasca.

Com a rapidez e boa vontade que sempre os distingue em circunstâncias idênticas, compareceram no local do sinistro os Bombeiros de Vila Nova de Ourém. As chamas que em poucos instantes atingiram alarmante desenvolvimento, ameaçando não só o que se encontrava dentro da fábrica mas até a enorme existência de madeiras empilhadas nas imediações, foram dominadas a tempo pela magnífica orientação e decisão dos Bombeiros que evitaram prejuízos de elevado valor ao proprietário da fábrica e salvaram da miséria os próprios operários que, no caso de o incêndio tudo destruir, ficariam inibidos de ganhar o pão de cada dia pelo menos durante todo o tempo que demorasse a reconstrução do perdido.

Trabalharam na extinção do incêndio 3 agulhetas, accionadas pelas potentes moto-bombas da Corporação, as quais ainda poderiam alimentar outras tantas no caso de necessidade, que felizmente não chegou a verificar-se. O alarme foi dado às 20 horas e 10 minutos, às 20 e 30 estava dominado o fogo e às 21 horas estava terminado o rescaldo.

Dadas as proporções que de início o sinistro tomou, foram chamadas, comparecendo rapidamente, as Corporações de Tomar e Leiria, cujos serviços não chegaram a ser utilizados em face da magnífica actuação dos nossos Bombeiros.

Proficientemente auxiliado pelo chefe de secção Sr. Alberto Espada, dirigiu o ataque com competência e serenidade o ajudante do Corpo Sr. José Maria Pereira, sendo também de justiça salientar o trabalho do chefe do material Sr., Ezequiel de Oliveira, sempre calmo, atento e sabedor no cumprimento das suas funções.

Cabe aqui também uma referência ao excelente serviço de policiamento feito pela Guarda Nacional Republicana, que, sob o comando do Sr. cabo Lopes, muito concorreu para que os Bombeiros pudessem levar a bom termo a sua missão.

No “Noticias de Ourém” a 30/03/1941.

2005/09/15

Homenagem a António Pereira Afonso

É hoje, conforme foi largamente anunciado, que se realizam nesta Vila as solenidades e actos diversos que constituem o programa da expressiva homenagem que vai ser prestada ao Sr. António Pereira Afonso, popularmente conhecido, por António Á – mais familiarmente tratado por TONÁ.

A esta homenagem associar-se-ão além dos seus numerosos amigos e admiradores, as entidades representativas locais, desde a Câmara às diversas instituições, nomeadamente as despertavas, recreativas e culturais, a que António Á tem dado o melhor do sou esforço e prestimosa colaboração.

As cerimónias serão iniciadas no campo de patinagem do Atlético, com algumas palavras do Sr. Presidente do Município, Dr. Acácio de Paiva, depois do que fará o elogio do homenageado o Sr. Dr. Sérgio Ribeiro, Vice-presidente da Federação Portuguesa de Atletismo.

Seguir-se-á a entrega de galardões pela Federação Portuguesa de Basquetebol, Associação de Basquetebol de Leiria com a presença dos respectivos presidentes, e a oferta de lembranças da Banda, Atlético e “Velha Guarda” de Vila Nova de Ourém, Associação Recreativa de Ourém, etc.

Haverá encontros entre as “Velhas Guardas” de Leiria e V. N. de Ourém e ainda entro o Ateneu Desportivo de Leiria e o Clube Atlético Ouriense, sendo disputada a taça “António Á”.

A festa terminará à noite no Restaurante Avenida, com um jantar de confraternização, que se iniciará às 21 horas.

No “Noticias de Ourém” a 01/07/1962.

Fotografias de Toná - III