2006/01/29
2006/01/24
O Parque da Vila
Por tudo isto e muitos outros motivos, pode-se avaliar a lacuna, que a efectivação dum tal projecto viria preencher, num meio, em que tanto se faz sentir a falta de locais apropriados a tonificação do corpo e do espírito.
Seria também o Parque o ambiente idóneo para a audição de bons concertos musicais, que a nossa Banda nos proporcionaria – pois eu ainda não perdi a esperança de que melhores dias hão-de surgir para ela – e, para isso, deveria ser ali construído o respectivo coreto, o que poderia muito bem fazer-se mesmo antes deste almejado recinto ser uma realidade.
É também evidente necessidade, olhar desde já, com atenção, para as ruas de acesso ao largo de cuja urbanização vimos tratando, pois qualquer delas oferece uma exuberância de pormenores pouco convidativos, que as coloca em manifesta desarmonia com as funções de ligação que desempenham, mormente aquelas que pela sua importância já tiveram a honra de serem baptizadas – que das outras nem é bom falar, por serem verdadeiras vielas de aldeia sertaneja.
Pensemos muito a sério e com afinco na realização de tão importantes melhoramentos, que eles serão – a par da comodidade que para nos representam – os melhores cartazes de propaganda da nossa terra!
Luiz Rito
No “Noticias de Ourém” a 19/08/1934
2006/01/14
A Fundação do Asilo
A
O benemérito Dr. Agostinho Albano de Almeida, falecido em 1890, exarara no seu testamento que quando as receitas do Hospital o permitissem, devia instituir-se um asilo para velhos. Não foram porém, tão propícios os ventos à instituição que lhe consentissem tal encargo. Pelo contrário, as dificuldades amontoavam-se a ponto de se julgar que até o próprio hospital se não aguentaria. No entanto, anos volvidos, foi erguido o edifício para instalação do asilo, sem contudo ser possível pô-lo ao serviço da sua finalidade. Mais anos decorreram e o casarão, abrindo fendas nas paredes, com tectos abaulados ao peso das águas que o telhado não defendia, os vidros das janelas partidos, parecia fadado a nunca mais justificar a designação que ostenta na cimalha da fachada. Funcionavam no seu primeiro andar, em péssimas condições, duas aulas da escola primária feminina. O rés-do-chão servia para bailes e festins da Vila, aproveitando-se assim o espaçoso das suas salas.
No entanto, ao alto, bem destacada, a palavra “AZYLO” sorria escarninha.
Cerca de 1944 a 1945, fizeram se as primeiras tentativas, nessa altura apenas para salvar da ruína o precocemente velho edifício. Reparou-se o telhado, restituiu-se aos tetos das salas a forma plana que o peso da água das chuvas deformara, pintaram-se as madeiras, e estucaram-se interiormente as paredes e exteriormente renasceu lhes a cor da cal.
Antes disso a escola feminina fora convidada a procurar outra instalação.
Entretanto foi necessário tornar fôlego, pois os capitais eram escassos. Não durou, porém, muito o interregno, porque pouco depois mobilava-se o edifício com o indispensável e apelava-se pare a generosidade, entusiasticamente correspondida, dos Ourienses, na campanha de “Um lençol para o asilado”.
Assim se chegou a
A palavra “AZYLO” esculpida na cimalha do vasto edifício deixou de sorrir escarninha; os velhinhos do Concelho de Ourém podiam finalmente entrar.
Estava paga ao grande Ouriense a dívida aberta havia mais de meio século!
No “Noticias de Ourém” a
2006/01/12
Bombeiros
Ficou a nova viatura com a faculdade de transportar – além do pessoal – a moto-bomba pequena, escadas, extintores, mangueiras, etc.
É este um melhoramento muito apreciável e de práticos resultados, pois com o novo carro fica a Corporação habilitada não só a auxiliar o serviço do pronto-socorro grande – orgulho da associação e da terra – como ainda a levar a sua benemérita acção a locais do concelho onde pela má situação dos caminhos de acesso esta última viatura não possa chegar.
É de justiça dizer que o referido melhoramento se deve à dedicação sempre viva do Ajudante do Corpo, Sr. José Maria Pereira, e que o trabalho de adaptação foi feito com muita felicidade e competência pelo chefe de material Sr. Ezequiel da Fonseca Pereira de Oliveira.
No “Noticias de Ourém” a 01/06/1941.