Vila Nova de Ourém, 20 de Agosto de 1950.
No Largo de Rodrigues Sampaio (vulgo “Feira do Mês”), no ângulo sueste, um novo edifício escolar começou há pouco tempo a erguer-se. O velho logradouro, de futebolistas incipientes, de amadores de “estrelas” e “papagaios” de papel, das ruidosas e heterogéneas feiras e mercados, vasto palco das festas de outrora, onde bandas de fama e grupos folclóricos bizarros se exibiram, vai ficar talado e como tal reduzido a proporções que dificilmente lhe permitirão voltar a desempenhar-se da função destacada que até aqui lhe cabia na vida local.
Há quem veja com desgosto a amputação do amplo recinto e que o deseja-se assim mesmo, para sempre, servindo nas grandes concentrações públicas mercantis ou festivas, e, nos intervalos destas, de grande pulmão ou respiradouro; outros há, pelo contrário, que rejubilam com o desaparecimento mais ou menos próximo dos ruídos que lhes são inerentes e das excrecências e do fétido aroma que a pecuária ali despeja todas as semanas e todos os meses. Uns e outros aduzem razões a que certamente não são indiferentes os seus interesses particulares. Respeitemo-las. Quanto a nós, se bem que a localização da nova escola nos não seja de incondicional simpatia, parece-nos que devemos aceitar a sua construção como um melhoramento de vulto e merecedor portanto do nosso reconhecimento, tanto mais que o desaparecido ou reduzido nas suas proporções o popular logradouro, outros vão surgir certamente, mais belos e mais higiénicos, previstos como estão no plano urbanístico que a Câmara já começou a executar.
De lamentar apenas – e não se julgue que se trata de edifício medíocre ou desgracioso sequer – de lamentar apenas, repetimos, é que em vez de 2 ele não comporte 4 salas como parecia estar indicado para a categoria da Vila e estética local.
Para isso – façamos justiça – se bateu esforçada e insistentemente a Câmara junto de quem de direito, mas infelizmente sem resultados satisfatórios.
No “Noticias de Ourém” a 20/08/1950
No Largo de Rodrigues Sampaio (vulgo “Feira do Mês”), no ângulo sueste, um novo edifício escolar começou há pouco tempo a erguer-se. O velho logradouro, de futebolistas incipientes, de amadores de “estrelas” e “papagaios” de papel, das ruidosas e heterogéneas feiras e mercados, vasto palco das festas de outrora, onde bandas de fama e grupos folclóricos bizarros se exibiram, vai ficar talado e como tal reduzido a proporções que dificilmente lhe permitirão voltar a desempenhar-se da função destacada que até aqui lhe cabia na vida local.
Há quem veja com desgosto a amputação do amplo recinto e que o deseja-se assim mesmo, para sempre, servindo nas grandes concentrações públicas mercantis ou festivas, e, nos intervalos destas, de grande pulmão ou respiradouro; outros há, pelo contrário, que rejubilam com o desaparecimento mais ou menos próximo dos ruídos que lhes são inerentes e das excrecências e do fétido aroma que a pecuária ali despeja todas as semanas e todos os meses. Uns e outros aduzem razões a que certamente não são indiferentes os seus interesses particulares. Respeitemo-las. Quanto a nós, se bem que a localização da nova escola nos não seja de incondicional simpatia, parece-nos que devemos aceitar a sua construção como um melhoramento de vulto e merecedor portanto do nosso reconhecimento, tanto mais que o desaparecido ou reduzido nas suas proporções o popular logradouro, outros vão surgir certamente, mais belos e mais higiénicos, previstos como estão no plano urbanístico que a Câmara já começou a executar.
De lamentar apenas – e não se julgue que se trata de edifício medíocre ou desgracioso sequer – de lamentar apenas, repetimos, é que em vez de 2 ele não comporte 4 salas como parecia estar indicado para a categoria da Vila e estética local.
Para isso – façamos justiça – se bateu esforçada e insistentemente a Câmara junto de quem de direito, mas infelizmente sem resultados satisfatórios.
No “Noticias de Ourém” a 20/08/1950
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