Será neste corpo central, onde ficará situada a entrada nobre do edifício, que se localizará a sala das sessões de muito maior amplitude do que a actual. Uma escadaria monumental de belo traçado, toda de cantaria inclusive a balaustrada, dará acesso a essa sala. Na parede ao fundo da escadaria e para iluminação desta, será colocado um vitral tendo desenhadas e heraldicamente coloridas as armas do concelho.
O edifício que se estenderá assim, desde a Escola Conde Ferreira até muito próximo da Cadeia, medirá cerca de 80 metros. O corpo central, no mesmo estilo da construção existente mas a destacar‑se encimado por um frontão brasonado de maiores proporções do que os dos corpos laterais, terá de comprimento cerca de 12 metros.
No imponente edifício ficarão acomodados com largueza, decência e comodidade para o público e funcionários, não só os serviços municipais e judiciais, como ainda a Secção de Finanças, Tesouraria da Fazenda Pública, Conservatórias do Registo Civil e Predial, Posto da G. N. R., etc.
O largo fronteiro será possivelmente todo ajardinado de harmonia com o plano geral da obra.
O edifício da cadeia, uma vez livre do Posto da G.N.R., poderá melhorar as suas deficientes instalações.
A realização desta obra – perfeitamente exequível segundo o plano traçado de ser financiada com a comparticipação do Estado e com a obtenção dum empréstimo, pelo que apenas acarretará para o Município o encargo, durante alguns anos, de umas dezenas de contos – é um incontestável melhoramente que dignificará o concelho e principalmente a sua sede, melhoramento que aliado a um outro já definitivamente encaminhado – o abastecimento de águas –, marcará uma época de rasgado engrandecimento local.
Oxalá, portanto, que em breve vejamos o inicio das obras de ampliação dos Paços Municipais que serão depois de concluídos dos mais grandiosos de Portugal
No “Noticias de Ourém” a 06/09/1942.
1 comentário:
Que post mais oportuno!
Acho este verdadeiramente genial para termos a noção do tempo... e do ridículo que somos quando nos pomos nos bicos dos pés em cima do tempo em que somos.
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