Vila Nova de Ourém, 31 de Julho 1960.
Por Lita Scarlatti.
Dezanove anos após a sua morte, dezanove anos de silêncio que a maioria dos ourienses talvez ainda não saiba compreender bem, reaparece, com toda a opulência da sua personalidade, poética e humana, um homem, que no seu tempo, soube compensar, as próprias amarguras temperamentais com uma agudíssima interpretação intelectual de problemas sociais bem escaldantes, como o são, ainda, na hora presente.
Afonso Henriques Vieira Gaio é esse homem, e Lita Scarlatti, a escritora talentosa que, com o seu desassombrado espírito de escol, quebrou o ingrato e longo período de silêncio que o ocultava às vistas do mundo. A perpetuar o facto, está ai, agora, totalmente publicada, com duplo fim, a encantadora a conferência que a ilustre senhora proferiu na Casa de Ourém, repetiu nesta vila há cerca de três meses.
As “Novidades” no dizer autorizado e elegante de Elisa AIverenga, referiram-se encomiasticamente ao trabalho de Lita Scarlatti, como sendo uma profunda expressão da melhor sensibilidade feminina.
Do aparecimento da recente edição ocupou-se também a imprensa diária. É da “República”, onde a vivíssima escritora mantém um dos mais brilhantes e mais fecundos títulos de colaboração, que respigamos estas justíssimas referências.
“O acto cometido por Lita Scarlatti foi de ternura e de justiça. De ternura, pelo carinho e calor de simpatia humana com que se debruçou amorosamente sobre a imagem do poeta; de justiça pela nobre coragem e perfeito sentido de dignidade intelectual com que afastou os escuros reposteiros que punham na sombra um homem de carácter, um poeta de fina e dolorosa sensibilidade, um dramaturgo de incontestáveis méritos, um escritor, enfim, que compreendeu e reflectiu, delicado e sensível, o drama dos que vinham ao mundo desamparados, sem a asa da sorte a roçar-lhe a face.”
A Câmara Municipal, a Casa de Ourém, o Notícias de Ourém e a Biblioteca, agradecidos pelo alto serviço prestado pela senhora Dona Lita Scarlatti, promoveram a publicação da conferência, na certeza de que a par das principais funções que lhes competirá exercer, esta, a de tornar conhecidos os ourienses ilustres, é um exercício de ordem moral tão importante e tão válido como quaisquer outras legais atribuições das suas actividades.
O produto da edição destina-se à construção dum monumento a erigir ao poeta, e, talvez, um dia, a par do busto de outros ourienses ilustres nas letras, na assistência, ou no acendrado devotamento à terra que para uns foi berço querido, campo de acção exaustiva para outros. A ideia é velha. É a ideia dum aformoseamento da vila.
Os livros estão à venda na Casa de Ourém, em Lisboa, e na Tipografia Ouriense onde foram compostos e impressos.
J. G.
No “Noticias de Ourém” a 31/07/1960
Afonso Henriques Vieira Gaio é esse homem, e Lita Scarlatti, a escritora talentosa que, com o seu desassombrado espírito de escol, quebrou o ingrato e longo período de silêncio que o ocultava às vistas do mundo. A perpetuar o facto, está ai, agora, totalmente publicada, com duplo fim, a encantadora a conferência que a ilustre senhora proferiu na Casa de Ourém, repetiu nesta vila há cerca de três meses.
As “Novidades” no dizer autorizado e elegante de Elisa AIverenga, referiram-se encomiasticamente ao trabalho de Lita Scarlatti, como sendo uma profunda expressão da melhor sensibilidade feminina.
Do aparecimento da recente edição ocupou-se também a imprensa diária. É da “República”, onde a vivíssima escritora mantém um dos mais brilhantes e mais fecundos títulos de colaboração, que respigamos estas justíssimas referências.
“O acto cometido por Lita Scarlatti foi de ternura e de justiça. De ternura, pelo carinho e calor de simpatia humana com que se debruçou amorosamente sobre a imagem do poeta; de justiça pela nobre coragem e perfeito sentido de dignidade intelectual com que afastou os escuros reposteiros que punham na sombra um homem de carácter, um poeta de fina e dolorosa sensibilidade, um dramaturgo de incontestáveis méritos, um escritor, enfim, que compreendeu e reflectiu, delicado e sensível, o drama dos que vinham ao mundo desamparados, sem a asa da sorte a roçar-lhe a face.”
A Câmara Municipal, a Casa de Ourém, o Notícias de Ourém e a Biblioteca, agradecidos pelo alto serviço prestado pela senhora Dona Lita Scarlatti, promoveram a publicação da conferência, na certeza de que a par das principais funções que lhes competirá exercer, esta, a de tornar conhecidos os ourienses ilustres, é um exercício de ordem moral tão importante e tão válido como quaisquer outras legais atribuições das suas actividades.
O produto da edição destina-se à construção dum monumento a erigir ao poeta, e, talvez, um dia, a par do busto de outros ourienses ilustres nas letras, na assistência, ou no acendrado devotamento à terra que para uns foi berço querido, campo de acção exaustiva para outros. A ideia é velha. É a ideia dum aformoseamento da vila.
Os livros estão à venda na Casa de Ourém, em Lisboa, e na Tipografia Ouriense onde foram compostos e impressos.
J. G.
No “Noticias de Ourém” a 31/07/1960
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