Os Bombeiros de Ourém estiveram mais uma vez à altura das suas tradições
Pelas 20 horas do passado domingo, declarou-se nesta Vila, com grande violência, um incêndio na fábrica de serração de madeiras do importante industrial, Sr. António Vieira Verdasca.
Com a rapidez e boa vontade que sempre os distingue em circunstâncias idênticas, compareceram no local do sinistro os Bombeiros de Vila Nova de Ourém. As chamas que em poucos instantes atingiram alarmante desenvolvimento, ameaçando não só o que se encontrava dentro da fábrica mas até a enorme existência de madeiras empilhadas nas imediações, foram dominadas a tempo pela magnífica orientação e decisão dos Bombeiros que evitaram prejuízos de elevado valor ao proprietário da fábrica e salvaram da miséria os próprios operários que, no caso de o incêndio tudo destruir, ficariam inibidos de ganhar o pão de cada dia pelo menos durante todo o tempo que demorasse a reconstrução do perdido.
Trabalharam na extinção do incêndio 3 agulhetas, accionadas pelas potentes moto-bombas da Corporação, as quais ainda poderiam alimentar outras tantas no caso de necessidade, que felizmente não chegou a verificar-se. O alarme foi dado às 20 horas e 10 minutos, às 20 e 30 estava dominado o fogo e às 21 horas estava terminado o rescaldo.
Dadas as proporções que de início o sinistro tomou, foram chamadas, comparecendo rapidamente, as Corporações de Tomar e Leiria, cujos serviços não chegaram a ser utilizados em face da magnífica actuação dos nossos Bombeiros.
Proficientemente auxiliado pelo chefe de secção Sr. Alberto Espada, dirigiu o ataque com competência e serenidade o ajudante do Corpo Sr. José Maria Pereira, sendo também de justiça salientar o trabalho do chefe do material Sr., Ezequiel de Oliveira, sempre calmo, atento e sabedor no cumprimento das suas funções.
Cabe aqui também uma referência ao excelente serviço de policiamento feito pela Guarda Nacional Republicana, que, sob o comando do Sr. cabo Lopes, muito concorreu para que os Bombeiros pudessem levar a bom termo a sua missão.
No “Noticias de Ourém” a 30/03/1941.
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