2005/04/29
2005/04/27
Secção Desportiva
Óquei em patins
Clube Atlético Ouriense – 3
Clube Atlético Campo de Ourique – 4
Apesar da noite de 29 não estar francamente boa, o campo de patinagem do Atlético registou uma enchente de espectadores que correspondendo ao esforço dos directores do clube local em trazer até nós uma equipa lisboeta, se encontrava desejosa de ver o comportamento da equipa provinciana em presença duma equipa com o seu nome ligado ao desporto nacional.
Sob arbitragem do Sr. Januário Cabrita, as equipas alinharam:
Campo de Ourique: Matos (na 2.ª parte Ferreira), Mário Rodrigues, Bernardino (3), Rebelo, Barreto (1) e Morais.
Atlético: Barata (José António), Abel Vieira, Rui Costa, Raul (3), Armando e António Costa.
Inicialmente a equipa do Atlético Ouriense mostrou nervosismo sobre tudo depois de Barata ter sido batido infantilmente por 2 vezes, sem culpas nos dois restantes golos, sendo substituído a meia da primeira parte por José António que logo dá confiança à equipa que a pouco e pouco vai organizando o seu jogo.
O final da primeira parte chega com o Campo de Ourique a ganhar por quatro bolas a duas.
Na segunda parte, confiada no seu guarda-redes, o Atlético lança-se ao ataque em jogadas bem delineadas que provocam aplausos do público e só com manifesta falta de sorte consegue marcar novamente um golo. Registamos um remate de Rui Costa à trave e a tentativa de Raul em driblar o guarda redes.
Apesar das tentativas e do esforço dispendido, o Campo de Ourique não conseguiu alterar o resultado e por quatro bolas a três terminou o encontro que deixou todos bem impressionados.
No “Noticias de Ourém” a 07/07/1957
2005/04/26
2005/04/21
2005/04/20
2005/04/19
Manifestação Democrata em Vila Nova de Ourém
Realizou-se no pretérito dia 1 de Maio, Feriado Nacional e Dia do Operariado, vibrante manifestação de incondicional apoio ao Movimento das Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional, numa organização da Comissão Democrática local.
O acto, que teve lugar nos jardins fronteiro aos Paços do Concelho, iniciou-se com a entoação do Hino Nacional que foi cantado em uníssono por todo o Povo que ali ocorreu.
Findo este, o POVO, numa espontânea manifestação de Patriotismo, fez-se ouvir naquelas máximas que já vão sendo comuns em todas as bocas: “O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO”, “VIVA A DEMOCRACIA”, ”ABAIXO O FASCISMO”, ”VIVA PORTUGAL”, etc.
Todos os oradores se congratularam com o momento alto que a Pátria atravessa, manifestando o seu reconhecimento às gloriosas Forças Armadas e à Junta de Salvação Nacional, apelando, simultaneamente, para que TODOS, sem excepção, se compenetrem do momento ímpar, mas assaz difícil, que a Nação está vivendo. Só com todos – disseram ainda – é possível levantar o bom nome de Portugal do calamitoso caos em que há cerca de um século, estava mergulhado. E novamente “A PORTUGUESA” foi entoada!
Com a euforia própria do momento, terminou a manifestação em apoteótico cortejo pelas principais ruas da Vila, nele se incorporando, além dos milhares de pessoas que entusiasticamente ostentavam cartazes alusivos ao movimento, as Bandas 1.º de Dezembro de Vilar dos Prazeres e Filarmónica Ouriense.
Resta-nos acrescentar o civismo manifestado por toda a população, que é, aliás, apanágio do Povo Português, e muito especialmente dos Ourienses.
N.R. – pelo democrata Sr. Aguinaldo de Oliveira Santos, foi dado conhecimento da intenção de ser proposto para a presidência da Câmara o Sr. Tenente Coronel José dos Reis Rodrigues, notícia que o povo recebeu com estrondosa ovação.
No “Noticias de Ourém” a 04/05/1974
Hoje sim: viva PORTUGAL!
Enquanto o fascismo governava o país, os seus dirigentes serviam-se do nome de PORTUGAL para designar aqueles a quem serviam. Era uma piedosa mentira, tão piedosa que para a manter era necessária uma máquina de terror que roubou todos os direitos às massas. Hoje que PORTUGAL é um país livre, onde o povo tem finalmente possibilidade de se consciencializar para construir o melhor futuro é necessário destruir a imagem que o passado nos deixou.
As Forças Armadas unidas às massas populares cumpriram a sua missão primeira e a mais importante – era necessário destruir o fascismo e o poder daqueles que serviam do nome do país para legitimar os seus interesses. Agora trata-se de resolver as imensas contradições que o fascismo fez desenvolver e, dada a missão espinhosa que esse povo magnífico vai enfrentar na construção da sua liberdade total, é que pela primeira vez se torna verdadeiro gritar: VIVA PORTUGAL! VIVA O POVO PORTUGUÊS! VIVAM AS FORÇAS ARMADAS!
Luis Vieira
No “Noticias de Ourém” a 04/05/1974
2005/04/18
2005/04/12
Dr. António Justiniano da Luz Preto
O Largo do Regato
Noticias Desportivas
Futebol
Tem lugar amanhã (domingo), pelas 16 horas, no Campo da Caridade, nesta Vila, um encontro amigável, defrontando-se o Clube Atlético Ouriense e o Sport Clube Leiria e Marrazes, jogo que tem por finalidade a preparação da equipa ouriense com vista à próxima época oficial da modalidade.
Hóquei em patins
Realizou-se no passado dia 12, o anunciado encontro entre duas formações ourienses, as quais eram constituídas por atletas ainda há pouco em actividade e outros que já há muito se haviam afastado da modalidade.
E o certo é que os “Magriços” e “Gordiços” ourienses proporcionaram à assistência presente um jogo repleto de entusiasmo, mais parecendo um desafio de competição do que um simples pretexto para uns momentos de saudade e camaradagem.
Francamente ficámos com uma agradável impressão dos jogadores mais antigos que demonstraram possuir ainda as qualidades que todos lhes conheciam, apenas com o senão de falta de preparação, o que é absolutamente natural.
Alinharam:
“Magriços” - José Forte (António Borga), Costa Pereira, Carlos Silva, Rui Silva, Quim Silva, Manuel Ferreira e Quim Vaz.
“Gordiços” – Mário Pereira, Orlando, Rui Costa, Armando, Raul, Abel Vieira e José Alves.
Arbitrou o sr. José Dinis, saindo vencedores os “Magriços” por 3-2, com 1-2 ao intervalo.
No “Noticias de Ourém” a 19/10/1968
2005/04/08
Ponte dos Namorados
Vila Nova de Ourém, 18 de Fevereiro de 1951.
Pedem-nos os habitantes das proximidades deste interessante monumento que lembremos, mais uma vez, a necessidade da sua reparação e reconstituição, tanto mais que a obra a fazer não deve exigir grande dispêndio. Enviaram-nos mesmo esses devotados bairristas e admiradores das coisas reneráveis da nossa terra uma nota respigada do folheto histórico, da autoria de Flores, que passamos a transcrever e que se refere não só à ponte como a outras obras que existem ou existiram nas proximidades da Corredoura e que conferem àquele local nos arredores das duas Ourém pergaminhos de uma anciania evocadora de honrosas tradições:
“Olhamos agora na direcção do norte para o lugar da Corredoura, também atravessado pelo dito macadame, donde parte uma estrada rural para esta Vila. Houve aqui uma capela pertencente ao Morgado de Villas Boas, a qual era dedicada a Nossa Senhora do Monte Calvário como se depreende desta inscrição que tinha sobre a porta:
“Calvariee montis titulo domus ista vocatur, sub quo theasaurum monte favores habes”.
(Esta casa tem título Senhora do Monte Calvário, em cujo monte encontrarás o tesouro da graça).
Perto está a ponte da Corredoura, mais uma relíquia arquitectónica de Ourém, tendo sobre o corta-mar uma cruz de pedra em cujos braços se lê:
“Cruz in ponte, quid esd? Ambae sunt, credite pontes; isto viam coeli f´uminis ille parat”.
(Que quer dizer uma cruz sobre uma ponte? Crede que são duas pontes; por esta se vai ao Céu, por esta se passa o rio.)
Na base, em uma tarja, está a seguinte inscrição:
“Senator, ac praefectus Ludovicus Leite, Doctor Maximus, familiaris que a numero sancti oficii populo fieri jussit”.
E sob esta ainda a seguinte:
“Quando decem fuerant et septem saecula salutis, triginta annorum tres super addessimui, septem bis novies solis numeravel ortus hoc reformatum est nobile pontis opus”.
(“Aos 17 séculos de redenção acrescenta mais 33 (1733), contavam-se 126 dias (a 6 de Maio) quando foi reformada esta ponte”.)
Como se acaba de ver foi esta ponte reformada por Luiz Leite Pereira Homem de Magalhães (da Quinta de S. Gens) então vereador da Câmara Municipal e Juiz da Ordenação.
No sopé do monte onde está a Quinta dos Namorados (hoste dos Castelinhos), pertencente ao incansável agricultor, o Ex.mº Senhor António de Sousa, da Quinta da Mota. Existiu aqui a Fonte dos Namorados, celebre nas tradições deste povo que nos conta que numa bela manhã, em tempos muitos distantes, ali passaram o dia, conversando, dois namorados, ele com uma grade aos ombros e ela com uma bilha de água à cabeça, sem nenhum deles se lembrar de arrear estes pesados objectos, tal era o enlevo em que achavam aquelas almas.
No “Noticias de Ourém” a 18/02/1951
Concurso de Beleza
Qual a menina mais bonita do concelho de Vila Nova de Ourém?
As respostas devem ser dirigidas a esta redacção e dirão respeito, apenas, a raparigas que tenham 15 a 25 anos.
Não encontrarão os nossos leitores grandes dificuldades em responder, tantas são as meninas interessantes sob o ponto de vista de simpatia ou de beleza, que povoam a nossa abençoada região. Dificuldade haverá, sim, na escolha pela razão apontada.
À menina que obtiver maior número de votos será oferecido um objecto de arte.
RAPAZES DE OURÉM!
Qual a menina mais bonita do concelho de Vila Nova de Ourém?
Todas as respostas serão publicadas quando forem resumidas e escritas com correcção.
Respostas:
Voto pela menina Maria Manuela de Oliveira Rito, que é a pérola das meninas de Vila Nova de Ourém. Onde encontrar mais elegância e mais gentileza? E os seus olhos… que olhos meu Deus!
Z.
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Dou o meu voto à menina Estefânia Alho, porque outra mais elegante nunca vi. Que andar tão sedutor!... Que olhos tão encantadores!...
Zé Moreno
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Voto pela jovem Alice dos Reis, de Fátima.
Y
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Voto pela Srª D. Judith da Silva Lopes
Robespierre
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Voto pela menina Alice dos Reis, de Fátima
A.
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Resultados:
Maria Manuela de O. Rito : 1 voto
Estefânia Alho : 1 voto
Judith da Silva Lopes : 1 voto
Alice dos Reis : 2 votos
No “Noticias de Ourém” a 10/08/1933
Ao meu neto
Não fala ainda o Tónio, o meu netinho,
não fala e vai já um ano e meio;
mas enche as casas todas um gorgeio,
um cholrear de inquieto passarinho;
Quando falar que mais há-de dizer
do que já diz agora o seu olhar,
o seu sorriso, o seu balbuciar?
António da Luz Preto
No "Noticias de Ourém" a 06/07/1941
Ambulância dos Bombeiros
Informam-nos do Comandos dos Bombeiros desta Vila que, por motivo da avaria sofrida, está presentemente impossibilitada de prestar serviço a auto-ambulância da Corporação e que enquanto durar a sua reparação – talvez 15 dias – poderão ser solicitados os préstimos da viatura da Corporação da vizinha Vila de Torres Novas, gentilmente posta à disposição para esse fim.
No “Noticias de Ourém” a 11/06/1950
2005/04/06
Moinho de Vento
Decapitado, mutilado de asas, com as vísceras expostas ao sol e à chuva, vemo-lo assim abandonado e desprezado, no alto da encosta a que deu o nome.
Quando voltaremos a fitá-lo, restituído à sua primitiva silhueta, de velas pandas e alvas rodando ao sabor do vento, a dominar e a animar a paisagem deslumbrante com o simbolismo e a garridice da sua presença?
L.R.
No “Noticias de Ourém” a 08/05/1966
Entrevista ao Sr. Presidente da Edilidade local, Dr. Carlos Vaz de Faria e Almeida
- Tem V.ª Ex.ª encontrado dificuldades na administração do Concelho? Acha que terá havido, no decurso destes anos de administração, quaisquer factores que tenham dificultado ou estorvado a acção de V.ª Ex.ª?
- As dificuldades maiores sentem-se com a falta de técnicos permanentes nos serviços camarários, que a área do concelho e as obras em curso e planeadas, amplamente justificam. Felizmente que os agora contratados procuram suprir essas deficiências da melhor forma.
Quanto aos incumbidos de obras especiais, demorando os projectos encomendados, causam também embaraços na vida administrativa.
- É de todos conhecido o carinho especial que V.ª Ex.ª tem dedicado ao ensino, como o atestam os estabelecimentos criados e em funcionamento na nossa Vila.
Poderá esclarecer os nossos leitores como se encontra planeado o futuro funcionamento destes estabelecimentos, atendendo ao aumento crescente da população escolar e à exiguidade das instalações existentes?
- Quanto ao ensino, há que agradecer primeiramente os termos em que a pergunta é formulada para depois responder que, na realidade, foi com carinho que se encetou e acompanhou a obra em curso, carinho da nossa parte, carinho de outros que o concelho conhece e que sem a sua ajuda não seria possível levar a cabo tal empreendimento.
Temos a promessa de em 1974 se iniciarem as obras definitivas da Escola Secundária, tendo em atenção a futura frequência.
Aproximar desta o Ciclo Preparatório, embora continuando em instalações provisórias permitindo aos alunos utilizar, mais facilmente, as instalações comuns já iniciadas: o Pavilhão e cantina escolares.
Em relatório já enviado ao Ministério da Educação Nacional acompanhado de um, supomos, bem elaborado estudo com mapas, dados estatísticos, etc. procurando dar uma imagem do concelho para assim tornar mais eficiente o transporte dos alunos para a escola, estabelecendo novos horários, novas carreiras, aquisição de carrinhas para os locais onde aquelas não possam transitar etc., será mais uma achega ao ensino local que procuramos ver resolvido.
Criação dos cursos complementares liceal e técnico.
Tratando-se da juventude todo o muito é pouco, como ajuda nos primeiros passos da sua vida escolar.
- Muito se tem especulado acerca do aeródromo de Fátima. Para integral esclarecimento dos nossos leitores poderia V.ª Ex.ª enumerar os factores que mais têm obstado o início das obras? Neste momento quais as “démarches” que se aguardam?
- Esta pergunta já teve a sua resposta, melhor que a melhor que aqui se pudesse dar.
Quando da última campanha eleitoral os deputados propostos pela Acção Nacional Popular para este círculo eleitoral deslocaram-se a esta Vila para contactar com os eleitores fazendo assim a sua apresentação.
Fez-se uma pergunta.
Em que posição se encontra o aeródromo de Fátima?
Respondeu um ilustre deputado, que os seus pares escolheram como cabeça, que o mesmo estava incluído no IV Planeamento de Fomento.
Sendo assim, não o estaria em qualquer outro plano e portanto não financiado para suportar os encargos daí resultantes – umas dezenas de milhares de contos – nem sequer previsto para além das expropriações – mais de duzentas parcelas – a desobstrução do mesmo de estradas nacionais e camarárias sujeitas a novo traçado e ainda de ramais de alta tensão que o cruzam ou colidem com a sua zona de protecção.
Vem a propósito salientar que foram comparticipadas 14 cabines eléctricas a realizar até ao fim de 1973, porém para as 4 que se situam na freguesia de Fátima, embora concluída a rede de baixa tensão, não serão ainda inauguradas, como era nosso desejo por não ter sido, até agora indicado superiormente, o nosso traçado de alta tensão aliás solicitado.
- Como reage V.ª Ex.ª e qual o procedimento que adopta perante certas críticas, verbais e escritas que, por vezes, lhe são movidas por alguns sectores da opinião pública?
- Bem, é difícil responder à primeira parte desta pergunta pois que essa tal reacção é pessoal, variando ainda de caso para caso mas, quanto às críticas ou queixas, dirigidas superiormente, responde-se com dados e razões e pode crer que até hoje se aceitaram como boa, e sem qualquer reparo. Outras mais maldosas, deturpantes ou ainda caluniadoras, ficaram sem resposta pois que a nossa missão é, quando muito, essa a de esclarecer e não, o termo aqui cabe, evangelizar.
Entrevista feita por Mário Albuquerque
No “Noticias de Ourém” a 12/01/1974
2005/04/05
Uma escola que nasce, Um largo que desaparece
No Largo de Rodrigues Sampaio (vulgo “Feira do Mês”), no ângulo sueste, um novo edifício escolar começou há pouco tempo a erguer-se. O velho logradouro, de futebolistas incipientes, de amadores de “estrelas” e “papagaios” de papel, das ruidosas e heterogéneas feiras e mercados, vasto palco das festas de outrora, onde bandas de fama e grupos folclóricos bizarros se exibiram, vai ficar talado e como tal reduzido a proporções que dificilmente lhe permitirão voltar a desempenhar-se da função destacada que até aqui lhe cabia na vida local.
Há quem veja com desgosto a amputação do amplo recinto e que o deseja-se assim mesmo, para sempre, servindo nas grandes concentrações públicas mercantis ou festivas, e, nos intervalos destas, de grande pulmão ou respiradouro; outros há, pelo contrário, que rejubilam com o desaparecimento mais ou menos próximo dos ruídos que lhes são inerentes e das excrecências e do fétido aroma que a pecuária ali despeja todas as semanas e todos os meses. Uns e outros aduzem razões a que certamente não são indiferentes os seus interesses particulares. Respeitemo-las. Quanto a nós, se bem que a localização da nova escola nos não seja de incondicional simpatia, parece-nos que devemos aceitar a sua construção como um melhoramento de vulto e merecedor portanto do nosso reconhecimento, tanto mais que o desaparecido ou reduzido nas suas proporções o popular logradouro, outros vão surgir certamente, mais belos e mais higiénicos, previstos como estão no plano urbanístico que a Câmara já começou a executar.
De lamentar apenas – e não se julgue que se trata de edifício medíocre ou desgracioso sequer – de lamentar apenas, repetimos, é que em vez de 2 ele não comporte 4 salas como parecia estar indicado para a categoria da Vila e estética local.
Para isso – façamos justiça – se bateu esforçada e insistentemente a Câmara junto de quem de direito, mas infelizmente sem resultados satisfatórios.
No “Noticias de Ourém” a 20/08/1950
O novo edifício dos Bombeiros
Elaborado o projecto pelo arquitecto Lima Franco – bela concepção, por sinal – procuraram os dirigentes dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Ourém obter das entidades superiores competentes o auxilio necessário à execução da obra, por todos ardentemente desejada, da construção de um edifício próprio para instalação do quartel e associação daquela colectividade.
Animadores são já os resultados conseguidos nessas laboriosas diligências, pois, segundo nos consta, o Senhor Ministro das Obras Públicas deu já parecer favorável à comparticipação do Estado para essa obra, pelo menos na parte destinada a quartel propriamente dito.
Como se sabe, a localização do belo edifício será num gaveto que fará o prolongamento da Rua do Regato com a Avenida de D. Nuno, ao centro portanto da face sul da futura grande Praça do Município, praça esta que deverá ocupar os terrenos onde existe presentemente um olival propriedade do Sr. Ramiro Capelo.
No “Noticias de Ourém” a 19/02/1950
A substituição do Campo do Lagarinho
Uma comissão, tendo à frente os elementos directivos do Clube Atlético Ouriense, esteve no passado dia 21 nos Paços do Concelho onde foi recebida pelo Sr. Presidente da Câmara e Vereadores ali reunidos, aos quais foi exposta a difícil situação criada pelo desaparecimento do campo de jogos do Lagarinho com a sua próxima aplicação a cultura pelo respectivo proprietário e solicitado o auxílio do Município na solução do problema.
Foram alvitradas diversas soluções quanto à localização do novo campo de jogos e possibilidades da sua aquisição e resolvido a encetar diligências nesse sentido, tendo a Câmara prometido, dentro das suas atribuições, todo o possível interesse na resolução do assunto.
O problema assim criado está despertando vivo interesse no público especialmente entre as pessoas mais ligadas ao desporto, cuja solução, de facto, merece a atenção e a colaboração de todos os Ourienses, pois o desaparecimento de um recinto desta natureza afectaria irremediavelmente o desenvolvimento da actividade desportiva local, sobretudo na sua modalidade futebolística.
Os Srs. Presidente da Câmara e Vereadores José Galamba e José Maria Pereira – aos quais em Lisboa se juntou o Sr. Joaquim Ribeiro em representação do Clube Atlético Ouriense cujos elementos directivos não puderam comparecer – deslocaram-se à capital onde foram recebidos pelo Sr. Director-Geral dos Desportos, a quem o Sr. Dr. Acácio de Paiva expôs a difícil situação daquele Clube perante a iminência do desaparecimento do seu campo de jogos.
O Sr. Director-Geral dos Desportos prometeu estudar o assunto, admitindo a sua solução dentro das possibilidades e aguardando para tal a remessa dos elementos necessários.
No “Noticias de Ourém” a 30/12/1962
2005/04/04
Achado
Adega
Cine-Teatro
No “Noticias de Ourém” a 20/05/1962
Rua 1.º Marquês de Valença
É assim designado na nova toponímia da Vila o troço da estrada nacional, compreendido entre o Largo da Cruz ou do Regato e o entroncamento das ruas Sacadura Cabral e Dr. Oliveira Salazar, ali onde foi o chafariz dos cónegos.
Essa rua constitui por assim dizer o cordão umbilical entre mãe e filha ou seja entre Vila Velha e Vila Nova de Ourém e não é arriscado profetizar-lhe um encantador futuro como local dos mais pitorescos, aprazíveis e movimentados da Vila, se nos lembrarmos da sua posição entre a inacabada Rua C (dos Bombeiros Voluntários) e o referido Largo da Cruz, cujo projecto de urbanização, felicíssimo por sinal e já superiormente aprovado, o tornará também a entrada número um da sede do concelho.
E assim se promoverá e fortalecerá praticamente a ligação entre as duas vilas que um mau sestro parece ter querido arredar, quanto tudo as une, desde a tradição ao interesse actual, em que pontifica a sua projecção turística.
A Rua 1.º Marques de Valença (V Conde de Ourém), assim valorizada, será pois o primeiro grande passo para essa aproximação, que se concretizaria ainda através duma urbanização conveniente e apropriada. E assim teríamos em vez de dois aglomerados, apenas uma grande vila, com sua parte antiga e moderna e duas freguesias – as da Senhora da Piedade e da Visitação. A ligá-las, uma zona intermédia de espaços verdes e construções airosas alvejando entre pinhais e hortas, ladeando a estrada actual que trepa a encosta até ao Castelo, e que uma carreira de autocarros percorreria com a necessária regularidade.
A coroar tudo isto um nome único – sem vilas novas nem velhas: OURÉM.
L.R.
No “Noticias de Ourém” a 08/05/1966
2005/04/03
Ourém festejou condignamente o benemérito Dr. Joaquim Francisco Alves
Um banquete – um cortejo e a entrega de uma mensagem
Foi um acontecimento invulgar a festa realizada em Vila Nova de Ourém, de homenagem ao venerando e benemérito médico, senhor Dr. Joaquim Francisco Alves. Em duas partes se desdobrou essa homenagem. Uma constituída pelo banquete que reuniu na sala do Cine Teatro do Hospital desta Vila inúmeras pessoas, outra traduzida na entrega da mensagem e no cortejo que a acompanhou desde a Praça Dr. Agostinho de Almeida até à residência do festejado.
O BANQUETE
A sala de espectáculos do Cine Teatro, vistosamente engalanada com colchas, plantas e bandeiras, oferecia um deslumbrante aspecto. A mesa em forma de “M” decorada com flores acompanhava todo o vasto recinto, vendo-se por detrás dos lugares de honra a Bandeira Nacional ladeada pelos estandartes do Município, Grémio do Comércio, Bombeiros, Banda, Juventude Católica, Atlético Clube, etc. À direita do homenageado, sentava-se o senhor Presidente da Câmara, que presidia e os senhores Prior Henrique Fernandes, Luís Rito, Dr. Vasco Fernandes; à esquerda os senhores Barão de Alvaiázere, Vicente Rodrigues, José Maria Pereira e esposa, Joaquim Ribeiro e esposa. Nos restantes lugares viam-se os senhores Dr. Rui Vieira, Dr. Armando Vieira, Dr. António Joaquim Ruano Pêra, Dr. Inácio Vieira Verdasca, Dr. António José de Oliveira, Dr. Luís Andrade e Silva, José Maria Alves Marques, Vasco da Silva Sales, José Alberto da Cunha Rodrigues Leitão, José de Oliveira, Manuel Joaquim de Oliveira, José de Faria Ribeiro, António Sá Pavillon, José Henrique da Costa Pires, Joaquim de Sousa, esposa e filha, Aguinaldo de Oliveira Santos, Luís Ribeiro, Joaquim Marcelino Espada, Álvaro Rodrigues Lopes, Tenente José dos Reis Rodrigues, Fernando dos Reis Rodrigues, Joaquim da Silva, Luís da Graça Júnior, Vítor Lopes, Bernardino Bento Moreira, António Lopes Marinho, Sérgio Ribeiro, Hermínio de Aguiar, António Joaquim Major de Oliveira, Raul de Oliveira Santos, Augusto Martins, Higino Henriques, António Pereira Afonso, Armando Pereira, Manuel Pereira de Sousa e Silva, Manuel Maria de Sousa, José de Sousa Dias, Manuel Joaquim Ribeiro e esposa, Joaquim Pereira Isabel, Francisco Marques Pereira, Manuel de Oliveira Marques, Cândido Afonso Machado e Costa e esposa, Alfredo de Sousa Simões, Miguel Lains, Mariano Espada, Luís Ferreira, Jaime Nunes da Cruz, Fernando Galamba de Oliveira, Joaquim Vieira Verdasca, Artur de Oliveira Santos e esposa, Jaurés de Oliveira Santos e esposa, Coronel Oliveira, António de Oliveira Pimental, Ezequiel António Casimiro, António Moreira, Vítor Hugo de Oliveira Santos e esposa, Viriato de Oliveira Santos e esposa, Afonso de Oliveira Santos, D. Vivência Claudino, Manuel Henriques.
O banquete magnificamente servido pela Pensão Santos, com pessoal especialmente contratado para esse efeito, decorreu num ambiente de franca cordialidade. No final usaram das palavras os senhores Dr. António Alvim, Presidente da Câmara, Artur Santos, pela Comissão Organizadora da homenagem, Barão de Alvaiázere, Pároco de Vila Nova de Ourém, Joaquim Ribeiro, Dr. Vasco Fernandes tendo os oradores sido unânimes em exaltar as virtudes do homenageado quer como clínico devotado à sua alta missão, quer como homem de coração todo entregue à prática do bem.
No final profundamente comovido, o senhor Dr. Alves pronunciou algumas palavras de gratidão. A assistência de pé ovacionou-o demoradamente.
Antes de terminar o banquete, o senhor Fernando Rodrigues, da Comissão Organizadora, leu a correspondência recebida daqueles que estiveram impossibilitados de comparecer, entre eles os senhores Tenente Moreira Lopes, Leopoldo Nunes, Dr. António da Luz Preto, Francisco Sales, etc.
O CORTEJO E A ENTREGA DA MENSAGEM
No dia seguinte ao do banquete, teve lugar a segunda parte da homenagem constituída pela entrega de uma mensagem ao Sr. Dr. Joaquim Francisco Alves, conduzida por um brilhante cortejo. Este organizou-se na Praça Dr. Agostinho Albano de Almeida percorrendo toda a distância até à residência do homenageado, no limite da Vila, à Milheira. Nele se incorporaram pessoas de todas as categorias, tendo à frente o senhor Presidente da Câmara e os restantes membros das Comissões de Honra e Executiva. Figurava também todos os estandartes dos organismos locais entre eles o do Município. A Banda de Vila Nova de Ourém abrilhantava igualmente esta grandiosa manifestação, executando durante o percurso algumas das melhores marchas do seu reportório.
Junto da residência do senhor Dr. Alves, onde este benemérito se encontrava de pessoas da família e amigos e depois dos cumprimentos da praxe, fez o senhor Presidente da Câmara entrega da pasta contendo uma mensagem subscrita por centenas de pessoas de todas as categorias sociais. A pasta, preciosa peça, ostentava num dos ângulos o brasão do Concelho e noutro uma dedicatória, motivos decorativos ambos de prata artisticamente trabalhada. Depois do senhor Presidente da Câmara ter lido a dedicatória e do homenageado ter agradecido com um comovido “Muito e muito obrigado” actos que a assistência numerosa sublinhou com uma forte e demorada salva de palmas e a Banda com a execução do seu hino, foi servido na residência do senhor Dr. Alves um esplêndido copo-de-água, durante o qual foram trocados brindes, de saudação ao devotado clínico e grande amigo dos pobres.
Com esta manifestação das mais movimentadas e sinceras que nesta Vila se têm realizado, ficou saldada uma divida de gratidão ao homem-bondade ao homem-sacrifício a quem Ourém e especialmente os seus pobres muito devem. São, por isso, também dignos do nosso reconhecimento os seus promotores, senhores Fernando Rodrigues, Artur Santos e Joaquim da Silva, que conseguiram corporizar, levando a efeito com grande elevação e compreensão, uma homenagem que de há muito, se encontrava latente no ânimo dos ourienses.
No “Noticias de Ourém” a 07/10/1951
Praça de Mousinho de Albuquerque
Pela sua situação central, vasta área e certa grandiosidade de alguns prédios que a orlam, esta Praça é sem dúvida, depois da do Dr. Agostinho Albano de Almeida e apesar de prejudicada pelas apertadas gargantas de acesso, a mais categorizada da vila.
O seu piso, porém – se piso, se lhe pode chamar – é simplesmente detestável quanto ao aspecto e comodidade, e assim se vem conservando desde longuíssimos anos.
Felizmente que no programa das realizações municipais do corrente ano está exactamente incluída a remodelação dessa praça, em moldes gizados pelos Serviços Técnicos do Município, que a profundamente a transformarão.
Sem conhecermos em minúcia o projecto sabemos no entanto que este amplo logradouro ficará ladeado por passeio de calcário meúdo, enquanto que o piso central será coberto de a cubos de pedra da região, à semelhança do belo trabalho realizado no ano findo na Praça Dr. Agostinho Albano de Almeida.
As poucas, velhas e esqueléticas árvores que ainda ali se vêem é claro que desaparecerão; outras serão plantadas numa placa apropriada. Possivelmente ao centro uma pequena placa relvada ou ajardinada. A iluminação será também melhorada, com a colocação de um ou mais candeeiros de coluna.
Por aqui se pode avaliar que a Praça de Mousinho de Albuquerque, mais conhecida por “praça da horta” sofrerá uma radical transformação, que muito a embelezará, constando-nos que os respectivos trabalhos se deverão iniciar brevemente.
Como já é do domínio público este recinto será, depois dessa transformação, destinado a praça de estacionamento de automóveis – o que nos parece de muito acertada escolha.
No “Noticias de Ourém” a 19/02/1950
Iluminação da vila
É certo que, sobre este aspecto, a sede do concelho, mercê do contrato em vigor com a Companhia Eléctrica das Beiras, melhorou apreciavelmente quanto a número de lâmpadas, se bem que, quanto à distribuição destas – só duma banda…, - alguma coisa deixa a desejar. Agora o que já não se explica é o estado – digamos primitivo – em que jaz o centro da vila ou seja o Largo Marechal Carmona (Largo da Igreja), cuja iluminação é simplesmente irrisória, para não lhe chamar outra coisa…
Sabemos que estudos se fizeram ou projectaram para conveniente iluminação do local, dada a sua centralização e importância portanto; mas o que é infelizmente certo é que tudo continua como dantes.
Falou-se – e muito bem – na colocação de candeeiros de coluna na balaustrada do adro da Igreja e em frente ao Mercado Municipal, o que daria ao local e àquele templo a dignidade conveniente que aumentaria e completaria se a restante iluminação fosse feita por meio de candeeiros de tipo antigo suspensos das paredes dos prédios circundantes.
Mas seja assim ou de outra feição, o que é verdade e causa desgosto, pois ameaça eternizar-se, é ver-se o centro cívico da vila, e isto já dura há anos, alumiado com uma triste lamparina, que nem reflector tem.
Que saudades do tempo em que naquele velho largo, em frente da Pensão Santos, existia um enorme e potente candeeiro, debaixo do qual os pândegos da época jogavam à “sueca” os à “bisca lambida” e se lia o jornal!
No “Noticias de Ourém” de 03/07/66
2005/04/02
Parque Infantil
Desde domingo passado, que se encontra a funcionar, nesta Vila, um parque infantil, iniciativa da Comissão Regional de Turismo com a colaboração da Câmara Municipal, que cedeu e adaptou o terreno, que fica situado na Praça D. Maria II (feira do mês), ao lado do depósito da água.
O recinto, airoso e regularmente ensombrado, encontra-se apetrechado com os modernos dispositivos apropriados a diversão das crianças.
A frequência tem sido muito animadora, pois a par do recreio que ali encontram as crianças, estas têm também ali o seu período de vigilância de que é encarregada a guarda que por eles olha, enquanto as mães vão cuidar da vida.
É esta uma obra útil e de interesse para a população infantil, pelo que merece a nossa simpatia.
Devemos no entanto dizer que a localização do novo parque infantil nos parecia mais apropriada dentro do Parque da Vila, contribuindo assim para o embelezamento e movimentação e desde, é claro, que a esta fosse dado um mais fácil e conveniente acesso.
No “Notícias de Ourém” de 11/08/1963
Basquetebol
Juventude – 30
Bombeiros – 34
Realizou-se no campo dos bombeiros no passado domingo, um desafio de basquetebol entre dois grupos desta terra “Juventude” e “Bombeiros” saindo este vencedor por 34-30.
O desafio foi bem disputado no primeiro tempo, salientando-se os rapazes do “Juventude” nessa altura, chegando a ganhar por 18-6 mas os rapazes dos “Bombeiros” não desanimaram (graças a Vareta), chegando ao intervalo com o resultado de 24-20 a favor da “Juventude”.
No segundo tempo o grupo dos “Bombeiros” jogou para modificar o resultado e consegui-o. O “Juventude” teve de ceder em alguns momentos do jogo devido à energia dispendida no primeiro tempo. A arbitragem a cargo do Sr. Abel Pereira foi feita com pouca visão beneficiando nalguns lances o infractor.
Alinhara e marcaram:
BOMBEIROS – José Melo (18), Vareta (10), Mário (4), Lopes (2), A. Melo, Alberto e Fortes;
JUVENTUDE – Grego (8), Miguel (6), Orlando (2), Félix (2), Eduardo (4), Batista (4) e Teixeira (4).
A.Z.
No “Notícias de Ourém” de 12/11/1950.